- Área: 255 m²
- Ano: 2015
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Fotografias:Tess Kelly
Em poucas palavras
O terreno está rodeado de casas enormes, e o projeto que a família solicitou era uma casa com "quantidade suficiente de espaço". Ao criar grandes aberturas e conexões com o jardim, esta casa de tamanho médio tem a sensação de ser ampla. O resultado é uma casa que possui a metade do tamanho das suas vizinhas sem comprometer sua habitabilidade.
As maiores casas do mundo
As casas australianas são tidas como as maiores do mundo e esse é um problema significante para o país. Uma economia estável, cultura aspiracional e uma topografia relativamente plana permitiram aos australianos ocupar casas que são maiores que precisam. A paisagem plana de Melbourne e população em rápido crescimento resultou que grandes casas se espalhassem por todo o cinturão de cultivo e nas áreas áridas; grandes casas e seu espraiamento associado são altamente problemáticos pois exigem a dependência da propriedade do automóvel individual e a infraestrutura associada. Serviços e infraestrutura, como comida, água, eletricidade, redes de comunicação, saúde e educação são estendidas a grandes custos do público, financeira e ambientalmente.
Morando em comunidade
“Nós (australianos) tendemos a ver as coisas em um espaço privado ao invés de procurá-los em um espaço público ou se misturar com outros na comunidade; e acredito que está é uma tendência preocupante”, explica o Professor Stuart White.
Como muitos dos clientes, os proprietários da casa estão dispostos a se abrirem para a comunidade ao invés de ficarem se escondendo e fortificando sua residência. Como a cultura e as casas australianas se tornam crescentemente voltadas para dentro e protegidas, estamos reagindo contra esta tendência. THAT House se abre para o exterior, tanto privada como publicamente, mas ainda sim é capaz de se adaptar a diferentes níveis de privacidade. A casa portanto conta com persianas superiores ajustáveis, que permitem barrar grande parte da vista do interior da casa enquanto mantém as vistas para o jardins.
Sozinho, juntos.
Um conceito recorrente em nossos projetos, significa ter espaços isolados dentro dos espaços comuns. A planta é bastante aberta, mas a disposição dos espaços permite que os proprietários estejam juntos ou isolados. Por exemplo, alguém pode estar lendo no espaço de estudo enquanto outra pessoa assiste televisão e outras duas ainda estão conversando na cozinha. Estão dentro de um grande espaço compartilhado, no entanto esta não é uma planta aberta ruidosa, e nem uma série de espaços compartimentados, permitindo flexibilidade aos usuários.
Se seus espaços se adaptam para satisfazer seu ânimo, o tempo, a hora do dia e o uso, então não é necessário uma infinidade de ambientes. Áreas complexas e adaptáveis nos permitem tirar o máximo dos espaços, enquanto mantém as casas em tamanhos modestos e permite que se tenha espaços externos abundantes.
Desafio
Embora esta não seja uma pequena casa, dentro de seu contexto mantém o caráter de desafio, de resistência. Faz uma declaração ao se erguer com quase a metade da área das casas vizinhas, sem comprometer suas funções, qualidade e tipologia espacial.
Sustentabilidade
Entre as características sustentáveis, aqui foi otimizado o ganho solar passivo em todas as aberturas na orientação norte, e todas as janelas possuem camadas duplas de vidro. Não há aberturas na fachada oeste e quantidade reduzida na fachada leste. A casa conta também com cobertura branca reduz o efeito de ilhas de calor no contexto urbano e reduz a transferência de calor interna; isolamento de alta performance; gestão ativa da sombra e ventilação passiva reduzindo dependência de controle mecânico da temperatura; um grande tanque na parte posterior que armazena a água da chuva para reutilização nos vasos sanitários e irrigação do jardim; painéis solares com micro inversores; materiais provenientes de fontes locais.